Jornal Minuano da Urcamp: 26 anos de comprometimento com a Rainha da Fronteira

Diante de um cenário em que qualquer pessoa é uma propagadora de informação, o jornalismo passa a ter ainda mais comprometimento numa sociedade. E se levar em conta a conjuntura atual, ocasionado pela pandemia do coronavírus, entregar informação séria, correta e de credibilidade é o papel para que a população tenha discernimento do que é necessário para zelar pela saúde pública.
Nesse contexto está o Jornal Minuano, que completa, hoje, 26 anos de fundação. Criado em 1º abril de 1994, desde sua primeira edição, o Minuano, hoje pertencente à Fundação Attila Taborda, mantenedora da Urcamp, tem mantido compromisso com o desenvolvimento de Bagé e região, informando os acontecimentos da comunidade através de uma equipe de jornalistas e articulistas inseridos na vida cotidiana.
Em Bagé, chega a 74% da preferência dos leitores de impressos, segundo pesquisa do Instituto Methodus, divulgada no início do segundo semestre de 2013. Na rede mundial de computadores, o Minuano está desde 2005 e, nos últimos anos, atinge a média de 20 mil acessos diários. Em termo recentes, são cerca de 600 mil visualizações mensais. Nas redes sociais, o veículo possui a fanpage no Facebook com quase 60 mil seguidores. E, no Instagram, com conta recentemente criada, já são quase 20 mil seguidores.

Um pouco da história

Conforme o artigo “Jornal Minuano: 25 anos de jornalismo diário no interior do Rio Grande do Sul”, de autoria de Glauber Pereira, Cristiane Pereira (professores do curso de Jornalismo), Ketherine Acosta e Vitória Severo (estudantes de Jornalismo), a primeira edição, datada de 1° de abril de 1994, é totalmente voltada para debater os problemas da cidade. Já na capa, a matéria tem como a crise econômica em Bagé. De saída, o veículo já adota um tom crítico e sério, em relação aos problemas da cidade.
Na análise proposta pelo artigo, outra edição que merece destaque é a de 3 de setembro de 1996, quando o jornal passa a circular diariamente, entre terças-feiras e sábados. “Aos que estão acostumados com a imprensa circular diariamente nada mais é do que uma rotina de trabalho na vida dos profissionais da comunicação. Desde os bancos universitários, os jornalistas assimilam suas responsabilidades, pautados por condutas como a seriedade, imparcialidade e responsabilidade ética. Portanto, chegar todas as manhãs junto à comunidade de Bagé nada mais é do que uma honra e orgulho para quem vive da elaboração de notícias, obedecendo aos pressupostos do melhor jornalismo que os nossos leitores elegeram no decorrer desse tempo passado”, destaca o jornal, na capa. Outro destaque dessa edição foi o anúncio de colunistas de renome nacional, como Boris Casoy, Alexandre Garcia e Lillian Witte Fibe.
E dentre às várias mudanças de projeto gráfico, capas, repórteres e editores, a mais significativa delas é a transição para o online. “Em seu início, basicamente, levou informações constantes no impresso para a área digital, o momento mais recente demandou ainda mais instantaneidade. No caso do Minuano, esta expansão foi algo que, inicialmente, surgiu nas redes sociais. Nestes espaços, em especial no Facebook, tudo que era de interesse público passou a ser produzido e divulgado praticamente no momento do seu registro. (...) Com o passar do tempo, verificou-se a demanda por produções mais específicas, como inserção de imagens (até mesmo em molde de galeria) e, sempre que possível, de vídeos. Assim, o Jornal Minuano passou a ampliar suas plataformas, em busca de uma comunicação mais efetiva que atendesse cada vez mais a comunidade", destaca o artigo.

Informação de credibilidade em meio ao surto

A pandemia não é só no vírus. O caos ocasionado pelo surto também é gerado pelas inúmeras notícias falsas que circulam, diariamente, pelas redes sociais e grupos de WhatsApp. Nesse sentido, além de desmenti-las, o jornal Minuano tem um papel primordial para levar, aos leitores, informações corretas, com moldes séries de apuração. Esse pensamento tem feito que o volume de consumo de notícias do Minuano tenha aumentado significativamente, conforme destaca o editor-chefe, Felipe Valduga. "Para se ter uma ideia, ao longo dos últimos 28 dias, contabilizamos 639 mil acessos em nosso site. Sinal evidente de que somos parte da rotina e da vida da população não apenas de Bagé, Aceguá, Hulha Negra e Candiota, mas de várias partes do mundo. Somos buscados em todos os continentes do planeta, em algum momento, por quem quer se atualizar sobre o que é notícia. E, a partir disto, não podíamos deixar esta estatística apenas para os arquivos. A exemplo do que os acessos deixam claro, hoje, 91,6% dos nossos internautas nos buscam pelo celular, não mais pelo computador – que marcou o 'boom' da internet. Ou seja, a forma de buscar informação também evoluiu, se adaptou a um novo formato, por necessidade ou facilidade. Nestes 26 anos, queremos, acima de tudo, agradecer a você, que fez e faz parte da nossa história", enfatiza Valduga.

O funcionamento como jornal-laboratório


Além do aspecto de levar informação à comunidade, o Jornal Minuano também tem um papel direto no contexto educacional. Aliás, essas duas frentes de trabalho se unificam, graças à medida adotada pelo curso de Jornalismo da Urcamp, conforme explica o coordenador Glauber Pereira. “Existe um programa chamado Jornal-Laboratório Minuano, onde desenvolvemos vários projetos. Desde que o Minuano reorganizou sua estrutura online, com a inserção no site de áudios, galeria de imagens, de vídeos, a pedido da reitoria, intensificamos o programa, no sentido de diversificar os projetos. Temos projetos de jornalismo escrito, com pautas especiais publicadas no jornalismo impresso; temos trabalhos na área de fotografia. Em 2019, por exemplo, o desafio foi o podcast, com a ampliação das pautas já desenvolvidas pelo Minuano durante a semana, com aprofundamento e análise e opinião”, contextualiza.
Durante o curso, os alunos de Jornalismo passam por estágio curricular dentro da redação do Minuano. O período gera a produção de reportagens especiais e, ainda por cima, minidocumentários das próprias reportagens. Dessa forma, Pereira argumenta que o trabalho realizado pelos alunos vai ao encontro do que a população espera em termos de conteúdo, voltado para as mais diversas plataformas. “O estudante oferece, ao jornal, pautas experimentais a partir de assuntos levantados. Isso gera uma abordagem diferente quando a informação chega à comunidade. Esses trabalhos não servem somente para que o professor avalie e dê nota. Ele será benéfico para a comunidade. E ainda por cima, esse jovem fará contatos. No momento que ele sair do curso, terá seu nome já reconhecido no mercado. Tudo que é publicado, leva o nome dela, seja material, escrito, foto, podcast ou vídeo. Por isso, o Jornal Minuano está de parabéns, por ter um projeto importante para a comunidade, que difunde ciência, cultura e dá voz a comunidade inteira, com uma produção democrática e pluralista”, explana o coordenador.