Hospital Universitário abrirá 10 leitos clínicos para atendimento de pacientes com Covid-19

por Felipe Valduga | Editoria COVID-19

O Hospital Universitário da Urcamp, mantido pela Fundação Attila Taborda (FAT), passará a disponibilizar, a partir da próxima segunda-feira, dia 1º, 10 leitos clínicos destinados exclusivamente para casos confirmados de Covid-19. Com isso, a capacidade de atendimento para Bagé e região é elevada em um momento em que a demanda está crescente e motivou o governo gaúcho a estabelecer protocolos de bandeira preta em todo o território do Estado.

A definição, conforme destaca a presidente da FAT, Lia Maria Herzer Quintana, objetiva auxiliar o sistema de saúde perante o atual cenário do novo coronavírus em todo o RS e a demanda crescente por leitos específicos. “Esta ação é fruto de uma parceria que estabelecemos com o Governo do Rio Grande do Sul, a Prefeitura de Bagé e que teve a colaboração de muitos deputados para sua efetivação”, destaca Lia ao frisar que as unidades são clínicas e não de tratamento intensivo.

Estrutura isolada e com equipe exclusiva

Conforme detalha a médica infectologista do HU, Patrícia Alves, a unidade que funcionará no hospital é destinada ao atendimento apenas de casos positivados para Covid-19, com teste de RT-PCR, e servirá como suporte ao tratamento do paciente, não funcionando como Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “É do tipo Coorte, em que pessoas com os mesmos sinais e sintomas são isoladas”, resume.

Para ter acesso ao espaço, o paciente, inicialmente, deverá procurar um ponto de atendimento do sistema de saúde, como Pronto-Socorro ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de onde será encaminhado para o teste de RT-PCR do próprio HU. No local, enquanto aguarda o resultado, o paciente fica em um leito separado.

Em caso de resultado positivo, é automaticamente realocado até a nova unidade. “Mas deixamos claro que estes nossos leitos não são para pacientes que necessitem de uma UTI. No caso de termos algum paciente que passe a necessitar de tratamento intensivo, temos dois respiradores que podemos acionar até que uma UTI seja disponibilizada em algum hospital, por parte do Estado”, completa Patrícia.

Durante o contato com a reportagem do JM, a infectologista relatou que, no momento, o foco é na adaptação da estrutura, para estar apta ao funcionamento. Até porque, segundo ela, será um espaço 100% isolado dentro do HU e, inclusive, com uma equipe de profissionais exclusiva. Ou seja, não haverá possibilidade de contato com outras áreas do hospital.

Ampliação de estruturas no RS

Diante de uma ocupação superior a 90% dos leitos de UTI no RS e de números negativos que aumentam a cada novo dia, a Secretaria da Saúde do RS acionou, na quinta-feira, dia 25, o último nível da fase 4 do Plano de Contingência Hospitalar, montado no início da pandemia. “Esta é maior taxa de ocupação até agora, uma situação de extrema gravidade, e será necessária a utilização de espaços disponíveis em cada instituição da rede hospitalar do Estado”, explica o diretor do Departamento de Regulação Estadual, Eduardo Elsade.

Além da suspensão imediata das cirurgias eletivas (com exceção das cirurgias de urgência ou que representem risco para o paciente), deverão ser instalados leitos emergenciais em salas de recuperação e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) intermediárias. Junto à ocupação dessas áreas a serem disponibilizadas, deverão também ser acionadas as equipes técnicas desses setores, especialmente as equipes médicas e de enfermagem.

“A partir de agora, os hospitais gaúchos, entre públicos e privados, têm o compromisso de disponibilizar toda a sua estrutura para atendimento de casos de Covid-19, porque estamos na fase mais crítica, que precisa de atitudes mais drásticas”, explicou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.

O Plano de Contingência Hospitalar foi elaborado no início da pandemia e já teve novas versões que acompanharam o avanço da doença. O plano é estruturado em quatro fases e cada uma das etapas sinaliza as ações e a forma como a SES deve organizar os serviços hospitalares e a movimentação da rede para acesso dos pacientes aos serviços.