Regiões da Campanha e da Fronteira-Oeste

A Região Funcional 6 é formada pelos COREDEs Campanha e Fronteira Oeste. Possui uma população de 746.419 habitantes (IBGE, 2010), correspondendo a aproximadamente 7% da população gaúcha, sendo que, desta, 86% residem na área urbana e 14% na área rural. Caracteriza-se por apresentar uma formação histórico-cultural fortemente influenciada pelas atividades rurais desenvolvidas principalmente em médias e grande propriedades com pouca ocupação de mão de obra, o que resultou na formação de uma estrutura urbana esparsa com grandes vazios demográficos. A presença da faixa de fronteira internacional com o Uruguai e Argentina, historicamente, não se constituiu em um ativo para o seu desenvolvimento, devido, principalmente, aos entraves burocráticos e políticos entre Brasil e países do MERCOSUL.

No período 2000-2010, a RF6 apresentou uma taxa de crescimento demográfico negativa de 0,30% ao ano, sendo a segunda região com menor crescimento do Estado. O COREDE Campanha teve taxa de crescimento de 0,04%, e o Fronteira Oeste, de -0,43%. Como destaques, os municípios de Hulha Negra e Aceguá, no Campanha, tiveram crescimento de 1,21% e 1,13%, enquanto Santana do Livramento e Alegrete, no Fronteira Oeste, tiveram taxa negativa de 0,96% e 0,82%.

Os municípios de maior porte – Uruguaiana e Bagé, seguidos de Santana do Livramento e Alegrete – concentram 54% da população total da Região. A Região apresenta a mais baixa densidade demográfica do Estado – apenas 12 habitantes por km2 – e a maior concentração fundiária, acompanhada de uma produção primária centrada na pecuária extensiva e no arroz irrigado.

A Região Funcional 6, em 2014, apresentava um Produto Interno Bruto de 16 bilhões de reais, correspondendo a 4% do total do Estado. É a penúltima região no ranking estadual, ficando a frente apenas da RF4. Os dois COREDEs integrantes – Fronteira Oeste e Campanha – possuem uma participação de 70% e 30%, respectivamente. Os municípios de Uruguaiana, Bagé, Alegrete e São Borja  são os que geram os maiores valores.

A agropecuária apresenta uma importância maior em relação à média do Estado. No COREDE Campanha, a agropecuária é responsável por 17,2% do valor da produção e no COREDE Fronteira Oeste, por 21,9%, enquanto a média do Estado é de 8%. Por outro lado, a indústria possui uma participação menor nos dois COREDEs em relação à média do Estado: no COREDE Campanha, a indústria é responsável por 20,6% da produção total da Região e no COREDE Fronteira Oeste, por 15,2%. No Estado, a participação da indústria na produção total é de 25,2%.

A atividade pecuária é relevante do ponto de vista das potencialidades da Região Funcional 6. Porém, apresenta, no geral, baixa integração da cadeia, rebanho heterogêneo e baixa rastreabilidade, o que favorece os altos índices de abigeato e de abate clandestino. O COREDE Fronteira Oeste é responsável por 13,8% do valor total da pecuária do Estado, destacando-se Santana do Livramento, com 2,6%, e Alegrete, com 2,5%; e o COREDE Campanha é responsável por 6,7%. 

Entre as demais atividades, destacam-se a expansão da produção de sementes e da fruticultura, especialmente a vitivinicultura, que encontrou condições naturais propícias e força de trabalho disponível. A silvicultura também foi introduzida na região e apresenta potencial para desenvolvimento, embora ainda tenha pouca repercussão na economia regional e enfrente resistência para expansão devido às restrições ambientais e aos problemas decorrentes de compra de grandes extensões de terra para plantio na Faixa de Fronteira, por parte das indústrias de papel e celulose.

A Região apresenta ainda boas potencialidades no desenvolvimento do setor energético, tanto com relação à biomassa e eólica, quanto com a energia termelétrica. Importante fator de diversificação da produção para a Região foi a recente introdução da produção de energia eólica com a entrada em operação do Complexo de Cerro Chato, em Santana do Livramento, que contribui atualmente com mais de 100MW de potência instalada e com possibilidade de expansão futura.

A indústria da Região 6 é relativamente pouco relevante no âmbito estadual, com destaque para os setores relacionados ao processamento de produtos de origem vegetal e animal, sendo que a estrutura de atividades da indústria de transformação nos COREDEs Campanha e Fronteira Oeste está centrada na fabricação de produtos alimentícios, que representa 8,38% da produção do segmento no Estado, com ênfase no abate e fabricação de produtos da carne e na moagem e fabricação de produtos amiláceos e alimentos para animais. A indústria extrativa também é importante no COREDE Campanha, com a exploração do carvão. 

Os dois COREDEs da Região Funcional 6, Campanha e Fronteira Oeste, apresentam IDESE na faixa de médio desenvolvimento, com valores de 0,713 e 0,697, respectivamente. Entre os municípios da Região, verifica-se que todos possuem IDESE na faixa de médio desenvolvimento com valores variando de 0,671 em Uruguaiana a 0,748 em Alegrete.

 

[1] IBGE/Censo 2010.