Oficina debate aplicações da Inteligência Artificial nas áreas de tecnologia e jornalismo

Rafael Flores abordou sobre a otimização de processos na rotina diária

Os cursos de Sistemas de Informação e de Jornalismo Urcamp promoveram, na noite de segunda-feira, 2, no Salão de Atos do Campus Central, uma oficina sobre Inteligência Artificial (IA). A atividade foi ministrada pelo especialista Rafael Flores, que compartilhou suas experiências e reflexões sobre o uso da IA em diferentes contextos profissionais.

Formado em Marketing, pós-graduado em Neuromarketing e Comportamento do Consumidor e, atualmente, pós-graduando em Inteligência Artificial e Ciência de Dados, Flores contou como a tecnologia influenciou sua transição de carreira. “Eu estava fazendo uma migração de carreira, era militar temporário e tentava me encontrar no mercado. Nesse meio tempo, em 2023, surgiu o ChatGPT e eu comecei a usar no trabalho para otimizar tempo. Com isso, vi que era possível estruturar um negócio com base nisso, na área de social media. Foi um grande auxiliar na construção de conteúdo e copyright”, relatou.

A partir dessa experiência, Flores passou a atender clientes com foco estratégico, ampliando seu interesse por outras ferramentas de inteligência artificial. “Acredito que, em Sistemas de Informação, a tendência é que práticas de IA sejam inseridas cada vez mais, pela competitividade que o mercado exige, seja na otimização de processos ou em práticas diárias. Já no Jornalismo, quem conseguir aplicar a IA ao trabalho de uma redação de forma mais ágil, poderá auxiliar nos processos e nas demandas de forma eficiente”, avaliou.

A oficina integrou a disciplina de Fotografia do curso de Jornalismo. O professor Jeferson Vainer destacou a importância da escolha. “Eu avalio esta aula como a escolha mais acertada para a conclusão do nosso projeto na disciplina, já que o palestrante nos trouxe uma base histórica e teórica para a produção de conteúdo e análise de inteligência artificial. Além disso, nos brindou com ferramentas que poderão ser utilizadas na conclusão do nosso trabalho”, contextualizou.

Vainer reflete, ainda, a importância da abordagem crítica no uso das tecnologias. “A relação entre jornalismo e inteligência artificial é de simbiose. Já é uma tecnologia que utilizamos na profissão e na formação acadêmica, mas que também nos alerta sobre o papel do ser humano ao lidar com ela. Principalmente para quem vai fazer comunicação, é fundamental considerar fatores como os vieses que a IA pode manifestar, os clichês dos quais devemos nos libertar por questões de diversidade e representatividade. A oficina nos mostrou como analisar criticamente a produção feita por IA e como o comunicador deve usar esses produtos com responsabilidade, crítica e precisão – o que é o mais importante no papel do jornalista”, complementou.

O coordenador do curso de Jornalismo, Glauber Pereira, também ressalta o papel estratégico da inteligência artificial nas rotinas da comunicação. “A inteligência artificial precisa ser encarada como um recurso para dinamizar a prática jornalística. Ela pode facilitar processos de pesquisa, organização e coleta em banco de dados ou, ainda, na organização de elementos gráficos, planejamento visual e edição para vídeos, por exemplo. Entretanto, é preciso compreender que contextualização e abordagem crítica com perspectiva histórica sobre cada tema deve ser sempre o objetivo do jornalista. E esta atividade é que vai garantir as relações éticas de trabalho, tanto com a concorrência quanto com o público consumidor de notícias. Não basta ter um bom relato dos acontecimentos, é preciso cuidar do conceito de notícia, de forma que a verdade não vire produto de segunda classe”, finalizou.