Acadêmicos de Jornalismo da Urcamp iniciam produções do Cinejornal no 16º Festival Internacional de Cinema da Fronteira
Autoridades e agentes culturais abriram oficialmente, na manhã desta quarta-feira, dia 23, a 16ª edição do Festival Internacional de Cinema da Fronteira, em Bagé. Com programação intensa até o próximo domingo, dia 27, o evento conta, mais uma vez, com a cobertura integral dos estudantes de Jornalismo da Urcamp, por meio do projeto Cinejornal — uma tradição que já dura uma década.
Criado em 2014, o Cinejornal é um projeto de extensão institucional que surgiu da disciplina de Cinema e Projetos Experimentais em Telejornalismo, então ministrada pelo professor Glauber Pereira, hoje coordenador do curso. A proposta nasceu da percepção do festival como um espaço de vivência prática da narrativa jornalística e audiovisual. Desde então, os alunos produzem diariamente edições em vídeo que documentam e antecipam a programação das mostras competitivas, além de entrevistas e bastidores das atividades culturais. “O festival virou para a gente um verdadeiro laboratório de audiovisual. Os alunos trabalham com fontes reais, interpretam narrativas culturais e se dedicam à produção de conteúdo durante todos os dias do evento. É uma experiência intensa, mas que gera aprendizado e também contribui para a própria comunidade”, destaca.
A equipe de 2025 conta com direção do professor Jeferson Vainer e participação dos acadêmicos Amanda Valle, Fernanda Furtado Garcia, Miguel de Souza, Érica de Vargas Alvarenga, Nicole Silva da Silva, Róger Silveira Nobre, Morian de Almeida Ritta, Márlon Castro Posqui e Tairine Gonçalves, além de Rógerli Martins de Oliveira, vitimado tragicamente num acidente no último dia 21, e que foi homenageado com a menção in memorian nos créditos das produções do Cinejornal e da revista oficial do festival.
Além dos vídeos, o projeto incluiu a produção da Revista do Festival Internacional de Cinema da Fronteira, que chega à sua terceira edição consecutiva e circula nesta quinta-feira, 24, em anexo à edição impressa do Jornal Minuano. Com reportagens, entrevistas e ensaios fotográficos, a publicação envolve os alunos em todas as etapas do jornalismo impresso, desde a redação até a diagramação, dentro de uma proposta que alia teoria e prática.
Para a acadêmica do 1º semestre do curso de Jornalismo, Érica Alvarenga, de 21 anos, a experiência tem sido marcante. "É muito gratificante pra gente ter esse contato mais direto com a cultura da cidade. Eu, por exemplo, nasci aqui em Bagé, mas nunca tinha me envolvido tão de perto com o Festival. Está sendo uma experiência nova e muito rica. Como estudante do primeiro semestre de Jornalismo, tudo ainda é muito recente, e no começo estávamos bastante ansiosos, meio perdidos até. Mas agora sentimos que estamos nos encontrando e entendendo nosso papel aqui. Todos nós somos muito capazes, e eu tenho certeza de que vamos entregar um trabalho de qualidade."
Também acadêmica do 1º semestre do curso de Jornalismo, Nicole Silva, 19 anos, reforçou a importância da vivência no ambiente do festival. “Para mim também está sendo muito gratificante ter esse contato, não só com a cultura local, mas com a noção de que existe uma rede de pessoas envolvidas, de que há conexões com outros países, e que a arte é uma porta para isso tudo. A arte está em todo lugar — e é muito importante valorizarmos a arte latino-americana, que muitas vezes só ganha destaque quando vem dos Estados Unidos. Eu sempre gostei muito de arte, sempre tive esse contato próximo. Passei os últimos três anos em Portugal, onde estudei teatro e artes visuais no ensino médio e em outros cursos. Então, voltar pra casa e perceber que há tantas pessoas mobilizadas, capazes e interessadas em fortalecer a nossa cultura, a nossa identidade, é algo muito especial pra mim. Como estudante de Jornalismo, eu vejo o quanto é importante entender que estamos prontos pra encarar desafios. Que não estamos aqui apenas pra estudar teoria, mas também pra viver a prática, e isso faz toda a diferença na formação de bons profissionais. Acredito que estamos em constante evolução, e é isso que vai nos fazer crescer cada vez mais na profissão”, argumenta.
O Festival, além de exibir filmes nacionais e internacionais, promove oficinas, debates e apresentações artísticas, abrindo espaço para diferentes segmentos culturais da cidade e da região. “O Festival é como um grande jardim onde cada manifestação cultural pode plantar sua semente. E o Jornalismo da Urcamp tem semeado nesse espaço há 10 anos, incentivando tanto a produção de conteúdo quanto a formação de público”, contextualiza Pereira.
A programação do Cinejornal pode ser acompanhada pelas redes sociais do curso de Jornalismo da Urcamp e nas plataformas digitais do Festival Internacional de Cinema da Fronteira.